Projeto InclusivaMente em 2022

 

Em 2019 entrou em vigor o Estatuto do Maior Acompanhado (EMA), que trouxe profundas alterações na intervenção dos/as familiares e das organizações que prestam cuidados a pessoas com capacidade diminuída. A dificuldade que ainda rodeia a implementação desta nova legislação exige profunda formação e adaptação das estruturas e das práticas e uma alteração de mentalidades por parte dos/as familiares e dos/as profissionais que gerem e prestam cuidados.

Volvidos praticamente 4 anos desde o início do Inclusivamente: Direitos Humanos no envelhecimento e na saúde mental (projeto promovido pela Fundação Vasco Vieira de Almeida em parceria com a EAPN Portugal) com o objetivo de promover o conhecimento sobre o enquadramento jurídico do novo estatuto do maior acompanhado, foram realizadas mais de 20 intervenções formativas e abrangidos mais de 500 participantes. Todavia, estamos ainda longe de garantir a salvaguarda e promoção dos direitos humanos das pessoas cuidadas, mas seguramente muito mais próximos da implementação de uma cultura de informação e apoio aos/às clientes/beneficiários/as no planeamento antecipado dos seus cuidados e outras vertentes da sua vida presente e futura.

Efetivamente, continuam reais e permanentes as ameaças aos direitos das pessoas mais velhas, dependentes e/ou com capacidade diminuída, seja pelo:

- Desconhecimento dos limites da intervenção da maioria dos/as cuidadores formais e familiares, muitos deles/as também cuidadores/as informais, na gestão do projeto de vida e do património dos/as clientes/familiares;

- Insuficiente preparação e envolvimento de muitos/as dirigentes voluntários/as das entidades prestadoras de cuidados;

- Insuficiência do número de cuidadores/as profissionais e desadequação de perfis e competências;

- Ausência de informação sobre direitos (sobretudo por parte das pessoas idosas)

- Isolamento social crescente das gerações mais velhas

- Insuficiente resposta de proximidade e insuficiente preparação do envelhecimento e da dependência

Perante este cenário, a aposta estratégica do Projeto InclusivaMente em 2022 foi no sentido de canalizar as ações de divulgação e implementação do EMA junto de públicos estratégicos: dirigentes, familiares e clientes/beneficiários. Foram, para o efeito, desenhados workshops práticos com a duração de duas horas, para partilha de informação, clarificações e esclarecimentos, apresentação e discussão de casos. Nas palavras de uma das formadoras do projeto, Dra. Paula Guimarães “…O projeto InclusivaMente ganha uma nova acuidade e urgência quando nos permite estabelecer uma relação direta com os potenciais acompanhados e seus familiares. Trata-se de um verdadeiro exercício de empoderamento e uma escola ativa de cidadania.”

Paralelamente, o Projeto promove sessões de formação certificada online (para técnicos/as da área social, saúde e gestão), a pedido de algumas entidades e mediante análise e aprovação da parceria. A título exemplificativo, foram desenvolvidas sessões para as seguintes entidades: Unitate – Associação de Desenvolvimento da Economia Social, União Distrital das Instituições Particulares de Solidariedade Social de Santarém (UDIPSS Santarém), Santa Casa da Misericórdia do Porto, Câmara Municipal de Torres Vedras, ALI – Associação de Lares e Casas de Repouso de Idosos e Cidade das Profissões de Cascais.

O balanço de participação e avaliação destas sessões tem sido francamente positivo, o que nos deixa muito esperançados de que as sementes já lançadas começam a dar frutos e a chegar mais perto das Pessoas que mais precisam que as ajudem a conhecer e a promover os seus Direitos (Dra. Rosário Zincke dos Reis, Formadora no Projeto InclusivaMente).

 

Para mais informações sobre o Projeto InclusivaMente: www.fundacaovva.org / www.eapn.pt

 

Ana Lopes

Departamento de Desenvolvimento e Formação da EAPN Portugal


Registos fotográficos de algumas ações












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