ELEIÇÕES LEGISLATIVAS 2022: PELA DEFESA DE UMA SOCIEDADE MAIS IGUALITÁRIA


 

ELEIÇÕES LEGISLATIVAS 2022: PELA DEFESA DE UMA SOCIEDADE MAIS IGUALITÁRIA

 

 

As eleições legislativas de 30 de janeiro são marcadas por um panorama mundial muito desafiante despoletado em larga medida pela crise sanitária provocada pela Pandemia COVID 19, mas com contornos que são já muito antigos: as desigualdades gritantes entre os povos no acesso à saúde, à água potável e à alimentação, o acesso à educação e à habitação digna, os conflitos armados e políticos e a consequente problemática dos refugiados, as alterações climáticas, as mudanças no mundo do trabalho com a digitalização e a robótica, etc.

Por tudo isto as próximas eleições legislativas são tão importantes. Sabemos que as decisões que forem tomadas nos próximos anos no que diz respeito à formulação de política pública vão influenciar as próximas décadas; devemos assistir a um compromisso político e social que favoreça a igualdade e a coesão social.

A intervenção política pública deve estar revestida de uma ética específica. É chegado o momento de, de uma forma partilhada, procurando um consenso alargado e máximos denominadores comuns (que deverão ir muito para além das orientações ideológico-partidárias), Portugal definir uma política de erradicação da pobreza, revestindo a mesma de um conjunto de princípios éticos capazes de criar uma plataforma de entendimento congregando, partidos políticos, parceiros sociais, sociedade civil e todos os cidadãos portugueses.

A EAPN Portugal defende e propõe uma ética humanista, uma ética que se fundamenta na dignidade da pessoa e que entende que as pessoas, mesmo quando vítimas de pobreza e de exclusão social, continuam a ser pessoas com direitos e deveres, com uma dignidade própria que deve ser respeitada e assegurada. Só assim será possível construir uma sociedade nova, verdadeiramente justa, baseada num novo contrato social.

Áreas como a saúde, a educação, a habitação, o emprego, a cultura são áreas chave para garantirmos um futuro melhor às novas gerações. O combate à fraude e evasão fiscal, a aposta no salário digno assente em emprego digno, a garantia de esquemas de proteção social adequados que protejam os mais vulneráveis, a garantia de políticas de natalidade e de envelhecimento são alguns dos focos de ação prioritários que devem ser alvo de discussão pública agora e que devem prevalecer na agenda política do partido que vencer as eleições.

Agora mais do que nunca teremos que unir esforços, trabalhar em rede e assumir claramente que um dos problemas do nosso país é a desigualdade social e que teremos que utilizar todos os instrumentos financeiros neste momento disponíveis para debelar este problema. Continuamos com desigualdades crescentes e ao mesmo tempo somos um dos países da Europa com um PIB per capita dos mais baixos.

Devemos aproveitar agora a oportunidade que os financiamentos europeus nos proporcionam no domínio do novo período de programação dos Fundos Estruturais e simultaneamente executar o Plano de Recuperação e Resiliência. Há compromissos e metas assumidas com Bruxelas, e com impactos nacionais, que não poderemos deixar de cumprir: o Plano de Recuperação e Resiliência, o Plano de Ação do Pilar Europeu dos Direitos Sociais, a Estratégia Nacional de Combate à Pobreza aprovada recentemente, o Plano de Ação da Garantia para a Infância, entre outros. Estes compromissos devem seguir o seu rumo e da parte da EAPN Portugal estamos disponíveis para colaborar com todas as forças políticas, na defesa de uma sociedade mais justa e na defesa das necessidades dos mais desfavorecidos.

Ao longo dos últimos 30 anos sempre estivemos disponíveis para contribuir com o nosso know-how, quer ao nível do diagnóstico dos problemas, quer ao nível da implementação de projetos inovadores que promovam o empowerment das populações e que favoreçam a participação dos próprios. Desde o início da nossa intervenção assumimos um compromisso com as pessoas e é esse o compromisso que pedimos na próxima legislatura. Sempre estivemos disponíveis no diálogo político e em colocar em espaços como a Assembleia da República a voz das pessoas mais vulneráveis, aquelas que lutam diariamente para sobreviver ao flagelo da pobreza. É com elas e também com as entidades de economia social que temos construído o nosso caminho na defesa dos Direitos Humanos e é com elas que o próximo Governo deve também construir pontes.

Portugal não tem tempo para desperdiçar recursos e torna-se imperativo que exista um amplo consenso social e político acerca da visão que queremos para o futuro: mais e melhor educação para todos, uma aposta clara na formação profissional de qualidade e à medida das necessidades do mercado de trabalho, gerando consequentemente mais e melhor emprego, igualdade de oportunidades, melhores condições de vida, acesso à saúde para todos.... um futuro livre de pobreza.

Apelamos para que a campanha eleitoral e os debates públicos que se realizam ofereçam uma importante oportunidade para reduzir o alheamento e o distanciamento sentido por parte de muitos cidadãos e cidadãs em relação à própria Democracia, procurando mobilizar os mesmos para causas que verdadeiramente interessem ao país. O exercício da Democracia é o melhor sinal de uma cidadania ativa e participada. Ninguém pode ficar de fora. O tempo é agora!

 

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