Relações externas & Direitos humanos


 

 

Webinar "Relações externas e Direitos Humanos"

Webinar

No dia em que se comemoram 100 anos do nascimento de Andrei Sakharov, o dissidente soviético, Prémio Nobel e ativista pelo desarmamento, pela paz e pelos Direitos Humanos, o Parlamento Europeu organiza um webinar sobre “Relações externas e Direitos Humanos”.

O Parlamento Europeu em Portugal organiza um webinar com os eurodeputados Isabel Santos (S&D, PS), relatora do Parlamento Europeu sobre os Direitos Humanos e a Democracia no mundo, e a politica da União nesta matéria (Relatório Anual de 2019) e Paulo Rangel (PPE, PSD), membro da Comissão dos Assuntos Externos.

A moderação é feita por Ricardo Alexandre, jornalista da TSF.

O evento acontece no estúdio virtual do Parlamento Europeu e pode ser acompanhado no Facebook do Parlamento Europeu em Portugal.

A defesa dos direitos fundamentais no exterior da União

O Parlamento Europeu é um defensor ativo e constante dos direitos humanos, inclusive além-fronteiras da União.

O Parlamento Europeu, tal como a União no seu conjunto, apela a todos os países para que apliquem a Declaração Universal dos Direitos do Homem e outros tratados internacionais em matéria de direitos humanos.

O Parlamento procura também assegurar que todas as atividades internacionais da União – nomeadamente o comércio, as ações de cooperação e ajuda ao desenvolvimento, assim como a ajuda humanitária – estejam de acordo com os seus princípios em matéria de direitos humanos.  Desde há muitos anos, a luta contra a pena de morte e a tortura têm sido questões fulcrais. Mais recentemente, o tráfico de seres humanos, os direitos digitais e outros temas passaram a figurar na lista de preocupações do Parlamento apresentadas nos seus relatórios anuais sobre os Direitos Humanos e a Democracia no Mundo. 

Múltiplas vozes

A Presidência do Parlamento Europeu fala com clareza sobre abusos dos direitos humanos em declarações e reuniões públicas.

Comissão dos Assuntos Externos e a Subcomissão dos Direitos do Homem chamam a atenção para violações dos direitos humanos e contribuem para focar o debate para o(a)s outro(a)s eurodeputado(a)s.

E todo(a)s o(a)s eurodeputadas associam-se a este exercício nas tardes de quinta-feira durante as sessões do Parlamento em Estrasburgo. Esse período é dedicado a debates e «resoluções de urgência» sobre questões de direitos humanos.

Este esforço tem produzido resultados.

Alguns governos reconsideraram as suas ações, incluindo a imposição da pena de morte. E alguns parlamentos nacionais modificaram ou abandonaram as leis criticadas nas resoluções do Parlamento.

Prémio Sakharov

Atribuído pela primeira vez em 1988 a Nelson Mandela e Anatoli Marchenko, o Prémio Sakharov para a Liberdade de Pensamento é o maior tributo prestado pela União Europeia (UE) ao trabalho desenvolvido em prol dos direitos humanos e liberdades fundamentais. É uma forma de reconhecimento de pessoas, grupos e organizações que tenham dado um contributo excecional para a defesa da liberdade de pensamento.

Por intermédio da atribuição deste prémio e da rede que lhe está associada, a União Europeia apoia os laureados, que assim se sentirão estimulados e mandatados para desenvolver esforços em prol das suas causasO Prémio já foi atribuído a dissidentes, dirigentes políticos, jornalistas, advogados, ativistas dos direitos cívicos, escritores, mães, esposas, dirigentes de minorias, um grupo antiterrorista, militantes pacifistas, um ativista contra a tortura, um cartoonista, prisioneiros de consciência que cumpriram uma longa pena de prisa-se, um realizador de cinema, a ONU enquanto organismo e até uma jovem defensora do direito à educação. Destina-se a promover, em especial, a liberdade de expressão, os direitos das minorias, o respeito pelo direito internacional, o aprofundamento da democracia e o primado do Estado de direito. Vários laureados, incluindo Nelson Mandela, Malala Yousafzai, Denis Mukwege e Nadia Murad, vieram a ganhar o Prémio Nobel da Paz.

Ao longo de três décadas, este prémio tem chamado a atenção para lutas travadas em cinco continentes.

Sviatlana Tsikhanouskaya e Veranika Tsapkala receberam o Prémio Sakharov para a Liberdade de Pensamento 2020 em nome da oposição democrática na Bielorrússia, representada pelo Conselho de Coordenação - uma iniciativa de mulheres corajosas e figuras políticas e da sociedade civil.

Ao conceder o prémio, o Presidente Sassoli frisou: "O mundo inteiro tem conhecimento do que está a acontecer no vosso país. Nós vemos a vossa coragem. Nós podemos ver a coragem das mulheres. Vemos o vosso sofrimento. Vemos os abusos indescritíveis. Vemos a violência. A vossa vontade e determinação em viver num país democrático inspiram-nos."

Em alguns casos, o prémio reconheceu alguém que sofreu as consequências por ter escolhido a luta pela liberdade no seu país.

É o caso do laureado de 2015, Raif Badawi, um bloguista detido na Arábia Saudita por defender a liberdade de expressão torturado e condenado a dez anos de prisão e 1000 chicotadas, ou Ilham Tohti, defensor dos direitos da minoria Uigur, condenado a prisão perpétua na China.

Noutros anos, o prémio é o reconhecimento de alguém cujo trabalho pelos direitos humanos é consequência de uma experiência pessoal e por vezes dolorosa.

O laureado de 2014, Denis Mukwege, médico na República Democrática do Congo, afirmou que deparou com os problemas de mulheres que tinham sido violadas e brutalizadas em situação de guerra. Desde então, tem dedicado a sua vida ao tratamento de mais de 40 000 vítimas no seu hospital na sua terra natal, alertando também a nível internacional para esta questão.

Para saber mais:

RELATÓRIO sobre os direitos humanos e a democracia no mundo e a política da União Europeia nesta matéria – Relatório anual de 2019 (europa.eu)

 

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