EAPN Portugal valoriza pacote de medidas excepcionais. Mas quer reforço das medidas direcionadas aos mais vulneráveis.
Como já toda
a sociedade verificou – está verificando - de forma mundialmente inesperada,
abrupta, assustadora e até cruel, não há economia sem pessoas. E são as
pessoas, principalmente as mais desprotegidas e vulneráveis que estão no foco
de atenção da EAPN Portugal. Apesar de nos congratularmos com as medidas do
Governo, entendemos que é necessário fazer mais pela proteção dos grupos de
maior risco nesta crise que não escolhe países, nem etnias, nem culturas, nem idades,
nem economias mais fortes ou mais frágeis. Atinge-nos a todos, em maior ou
menor grau, mas atinge-nos a todos. Principalmente – é esse, sublinhamos, o
nosso foco - os mais pobres e excluídos.
Manifestamos, assim, a nossa inquietação e
disponibilizamo-nos para continuar a trabalhar em prol de todas as pessoas mais
desprotegidas.
Estamos inquietos pelos trabalhadores com vínculos
laborais precários; trabalhadores
pobres ou com baixas remunerações; trabalhadores na economia informal (ex:
empregadas de limpeza); empresários em nome individual em setores de atividade
estagnados; desempregados; famílias com crianças; idosos; doentes; pessoas com
deficiência; pessoas em situação de sem-abrigo; reclusos; minorias, como as
comunidades ciganas e migrantes; crianças em situação de risco e perigo.
Todos sem excepção merecem
o nosso olhar atentíssimo, humano, absolutamente solidário. Todos, sem excepção,
merecem que levantemos a nossa indignação e a nossa voz; que façamos mais com a
nossa capacidade de trabalho, de enfrentar e de mudar o que tem de ser mudado.
Todos os que estão nas franjas, no limite, na berma
de uma sociedade que se quer, mais do que nunca, inclusiva e justa, precisam de
ação eficaz e eficiente por parte de todos: Governo, empresas e organizações não governamentais, sociedade civil.
Os impactos socioeconómicos desta crise são devastadores
e estamos inquietos pelas pessoas em situação de sem-abrigo;
mas também pelas crianças institucionalizadas, pelas vítimas de maus tratos; pelas crianças em risco e perigo; pela situação dos beneficiários do RSI e de outras
prestações sociais; pelos trabalhadores
dos lares de idosos e outras residências que acolhem pessoas portadoras de
deficiência.
Entendemos partilhar convosco a nossa inquietação e deixamos algumas
mensagens para um caminho longo, a pedir pragmatismo, que teremos de fazer,
unidos, em nome dos mais vulneráveis. Dos que precisam, urgentemente, de uma
solidariedade concreta como resposta às restrições severas que vivemos.
A Direção da EAPN Portugal
A Direção da EAPN Portugal
Leia o parecer da EAPN Portugal, na íntegra, aqui
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