“A Digitalização no Mercado de Trabalho: Dimensão Social, Legal e Ética” - Amanhã, no Porto, apresentam-se resultados e recomendações
“A
Digitalização no Mercado de Trabalho: Dimensão Social, Legal e Ética”
Amanhã,
no Porto, apresentam-se resultados e recomendações
No
âmbito de um acordo de cooperação entre a EAPN Portugal e o IEFP, IP, decorreu
um ciclo de workshops regionais em
Lisboa, Porto e Coimbra, cujos resultados são apresentados amanhã, numa
conferência, a decorrer na Faculdade de Letras da Universidade do Porto.
Este
trabalho permitiu recolher e debater contributos do serviço públicos de emprego
e formação, entidades privadas de formação, associações empresariais e empresas
locais, bem como de organizações da economia social e de académicos empenhados
na reflexão e ação junto de pessoas desempregadas, com empregos precários ou de
jovens empreendedores que conhecem os constrangimentos e potencialidades
que a crescente digitalização tem produzido na reconfiguração do mercado de
trabalho em Portugal.
“Ouvir
estes diferentes representantes dos setores público, privado e da economia
social sobre os temas de segmentação do trabalho, dos modelos inclusivos de
formação ao longo da vida e dos sistemas de proteção social face à
restruturação do mercado de trabalho em curso, permitiu-nos obter resultados
que esperamos contribuam para a implementação de medidas para um mercado de
trabalho inclusivo e um crescimento
económico sustentável centrado no bem-estar das pessoas”, afirma o presidente
da EAPN Portugal, Padre Jardim Moreira, acrescentando que “este é um tema
complexo que deve ser discutido e refletido com base num diálogo social entre
os vários atores, visando uma efetiva intervenção integrada capaz de dar
resposta aos desafios que o ritmo de mudança, cada vez mais vertiginoso, traz à
relação entre a tecnologia e o mercado de trabalho”.
De
referir, ainda, que estas preocupações se encontram refletidas nas
recomendações específicas da Comissão Europeia para Portugal, no âmbito do
semestre europeu, a serem adotadas entre 2019 e 2020, das quais se destacam as
medidas destinadas a reduzir a segmentação do mercado de trabalho, a aposta na
melhoria das competências da população, em especial a sua literacia digital, e
na educação dos adultos mais adequada às necessidades do mercado de trabalho. Sabe-se que cerca de 50% da população entre os
25 e os 64 anos tem baixos níveis de escolaridade e a mesma percentagem da
população não tem competências digitais básicas. A participação das pessoas com
baixas qualificações em ações de formação é inferior à média da União Europeia.
Neste sentido, uma das medidas sugeridas pela Comissão é da necessidade de
conceder incentivos públicos específicos às pequenas e médias empresas para a
formação dos seus trabalhadores na medida em que o baixo nível de qualificações
dos trabalhadores é um obstáculo à produtividade. De igual modo há a necessidade
de aumentar o número de licenciados particularmente nas áreas da ciência e das
tecnologias da informação para promover a capacidade de inovação.
“Em Portugal contínua a existir
uma proporção de trabalhadores temporários superior à média da UE e, a desigualdade
de rendimentos continua a ser elevada, assim como o impacto das transferências
sociais na redução da pobreza é limitada”, refere, ainda, o presidente da EAPN
Portugal.
A
Comissão Europeia recomenda que para reduzir a segmentação do mercado de trabalho
e a precaridade seja implementada legislação concreta e que haja uma melhoria
da eficácia e a adequação da rede de proteção social. Este último ponto com uma
atenção para a sustentabilidade global dos sistemas de pensões e de saúde, sob
pressão, como, por exemplo, o envelhecimento da população.
As principais
recomendações serão apresentadas amanhã, com vista a que todas as pessoas se
adaptem à economia digital, no desenvolvimento de competências para a promoção
de um emprego de qualidade e da sua participação cidadã.
+ info:
Departamento
de Comunicação
Rua
Costa Cabral, 2368
4200-218
Porto
Tel: 225420800/ 225420804
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