Júri do “Prémio
de Jornalismo Analisar a pobreza na Imprensa” reuniu no Porto
Cidália
Barriga, Francisco Rico, Jaime Filipe e Jaime Janeiro do Conselho Nacional de Cidadãos
(CNC) da EAPN Portugal/Rede Europeia Anti Pobreza formam o júri do “Prémio de Jornalismo Analisar a pobreza na Imprensa”, instituído e promovido por aquela organização não
governamental. O grupo de cidadãos reuniu no Porto, na passada sexta-feira,
representando os Conselhos Locais de Cidadãos (CLC) formados nos 18 distritos do
país, responsáveis pela seleção e análise de 58 peças jornalísticas, sendo 30
colhidas na imprensa regional e 28 na imprensa nacional, em 2018.
Apoiados por
dois sociólogos do departamento de Desenvolvimento e Formação da EAPN Portugal, este júri reuniu com o júri
académico, representado por Rita Basílio
Simões, diretora do 1º Ciclo de Estudos em Jornalismo e Comunicação da
Universidade de Coimbra; Fernando Zamith, diretor do Departamento de Ciências
da Comunicação e da Informação, Faculdade de Letras da Universidade do Porto e Paulo
Falcão Alves, do Curso de Ciências da
Comunicação da Universidade do Algarve para trocarem apreciações sobre as notícias e reportagens analisadas
e, consequentemente, distinguirem as melhores justificando, mediante alguns
critérios, as suas opções. Entre as escolhas do júri do CNC e as escolhas do júri
académico verificou-se, em algumas opções, consonância relativamente aos pareceres
emitidos sobre as peças jornalísticas.
De referir que todos os membros do júri tiveram acesso à mesma grelha de
classificação, importada do modelo austríaco, uma vez que a EAPN Áustria é a
mentora deste prémio que organiza desde 2010.
O júri
académico tem apenas parecer consultivo, enquanto ao júri do CNC, cabe a
decisão e respetiva justificação da escolha das melhores abordagens jornalísticas
sobre a pobreza na imprensa. O júri do CNC apreciou bastante este encontro com
o júri académico, entendendo-o como “muito proveitoso e interessante, pois
permitiu a troca de ideias, havendo muita abertura para cada um expor o seu
ponto de vista”, disse Jaime Janeiro. Esta iniciativa, organizada pela primeira vez em Portugal,
visa a participação cidadã recorrendo à promoção e reconhecimento da
informação livre de preconceito e de representações negativas sobre a pobreza e
a exclusão social.
O jornalismo
sempre teve um papel fundamental no desenvolvimento da vida democrática,
denunciando os abusos dos direitos humanos. Ao longo dos últimos anos, a
informação jornalística começou a desempenhar um papel importante,
influenciando a própria interpretação da realidade e promovendo uma nova
responsabilidade em termos de impacto político, social e cultural que a notícia
pode ter no mundo global. Desta forma, a responsabilidade dos meios de
comunicação para não publicarem ou transmitirem mensagens discriminatórias
corre sempre o risco de colocar em perigo a liberdade de informação. Assim, é
importante ter presente as consequências que informações incorretas ou
estereotipadas podem ter. As notícias sobre pobreza e exclusão social podem,
por vezes, ter por base simplificações excessivas e imagens estereotipadas de
culpabilização. Uma imagem tendenciosa ou deturpada pode contribuir para a
construção de uma atitude social negativa relativamente a determinados grupos,
tendo um grande impacto negativo sobre a imagem dos mesmos.
Este ano, o prémio
de jornalismo atribuído por pessoas que vivem ou vivenciaram situações de
pobreza e de exclusão, apenas reporta a notícias saídas na imprensa escrita. No
entanto, no próximo ano serão incorporadas mais categorias: televisão, rádio e
ciberjornalismo. Em breve, o novo regulamento estará disponível no site da EAPN
Portugal. O “Prémio de Jornalismo Observar a pobreza na Imprensa” será entregue
no dia 16 de outubro, no âmbito do Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza,
nas categorias imprensa escrita regional e nacional.
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