X Fórum Nacional de Combate à Pobreza e à Exclusão Social
Vieira da Silva, ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social abriu, ontem, o X Fórum Nacional de Combate à Pobreza e à Exclusão Social, no INATEL da Foz do Arelho, no dia em que se assinalou o Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza. O presidente da EAPN Portugal/Rede Europeia Anti-Pobreza, Padre Jardim Moreira e Francisco Rico, do Conselho Nacional de Cidadãos, juntaram-se a Vieira da Silva para a abertura da jornada.
Aquele governante abordou de forma clara o tema do Trabalho Digno. Na conferência de abertura, Vieira da Silva deixou algumas mensagens, nomeadamente que atualmente o acesso à informação é fundamental e que os dados estatísticos sobre a pobreza, por exemplo, têm de ser mais atualizados para permitirem, entre outras coisas, ações políticas mais ajustadas à realidade. Disse, ainda, que, depois da crise, e ao contrário do que se esperava foram as pessoas com mais de 45 anos que entraram no mercado de trabalho e fomentaram uma nova dinâmica. Falou, também da importância dos rendimentos mínimos adequados; do salário mínimo mais ajustado e que, em Portugal, apesar de ainda ser baixo tem aumentado; apelou ainda a mais esforço no sentido de diminuir a taxa de pobreza, da necessidade de ação para que a situação dos mais fragilizados seja diminuída...falou do Pilar dos Direitos Sociais; distinguiu diretivas europeias de recomendações europeias e disse que em matéria de trabalho, há uma directiva que obriga as empresas, logo nos primeiros dias de contratação, a fornecerem toda a informação sobre direitos e deveres. "A tendência é que se olhe as pessoas como uma mercadoria e não pode ser". Reforçou a necessidade do trabalho digno e das condições sociais como fundamentais para a participação cidadã de homens e mulheres, na construção de uma sociedade mais coesa e mais igual. "Não há combate à pobreza, sem combate às desigualdades", afirmou Vieira da Silva.
A encerrar o X Fórum Nacional de Combate à Pobreza e à Exclusão Social, estiveram o presidente da EAPN Portugal, Luísa Dantas, da direção da EAPN Portugal e Sandra Araújo, diretora executiva desta organização, que se congratularam com a forma como decorreram os trabalhos e como se assinalaram 10 anos de participação ativa de muitos membros dos Conselhos Locais de Cidadãos, alguns deles presentes há 10 anos, também no Inatel da Foz do Arelho. Houve, aliás, numa das pausas, bolo para festejar a data, marco importante pelo trabalho desenvolvido com as pessoas que vivem ou já vivenciaram situações de pobreza e exclusão social.
Agradecendo a toda a equipa técnica, quer dos Núcleos Distritais, quer da sede, o presidente da EAPN, Padre Jardim Moreira, referiu a importância do trabalho desenvolvido pela Rede Europeia Anti-Pobreza, desde a sua fundação até à atualidade, o reconhecimento quer nacional, quer europeu do trabalho realizado, em Portugal, nestes últimos 27 anos sublinhando que "a Rede está ao serviço das vítimas de injustiça e não serve interesses de nenhuma espécie, nem de promoção pessoal, nem de egoísmos exacerbados", reforçando que é imperativa a "consciência de estar ao serviço dos mais pobres, dos mais fragilizados". Jardim Moreira referiu, ainda, "o carácter absolutamente voluntário do seu trabalho e do de toda a Direção da EAPN Portugal, referindo que "a coesão, a lealdade, a transparência e a humildade, são valores necessários em qualquer organização".
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