I Jornadas Ibéricas sobre Participação: Conclusões e Perspectivas Futuras

I Jornadas Ibéricas sobre Participação
Conclusões e Perspectivas Futuras
9 e 10 de julho de 2015 – Guarda
 

Antes de apresentarmos as conclusões destas jornadas, gostaríamos de iniciar o documento com uma questão de partida, que foi abordada por vários participantes no primeiro dia: o que significa PARTICIPAR?
Todos os testemunhos e reflexões que foram feitas neste encontro procuram dar resposta a esta questão. Tudo o que possamos dizer pouco ou nada acrescenta ao que foi dito, mas que tentamos sistematizar:
PARTICIPAR significa FAZER PARTE. Fazer parte de um todo.
E aqui podemos distinguir duas dimensões nestas jornadas que estiveram presentes: um todo que é a EAPN, mas também um todo que é a sociedade onde existimos. Este encontro permitiu-nos reforçar o sentimento de que a rede somos nós. Os que nela trabalham e nela participam. Reforçar a identidade deste coletivo. Mas este encontro permitiu-nos também refletir sobre o facto de que nós somos parte de uma sociedade na qual temos uma responsabilidade. A responsabilidade de a tornar melhor.
PARTICIPAR implica, pois, ter a consciência de fazer parte, mas também fazer parte com consciência. E esta ideia de “fazer parte com consciência” remete-nos para a ideia de “pensamento critico”, de que nos falava Cidália Barriga na sua apresentação. Um pensamento informado, construtivo mas também ativo. No sentido de procurar soluções e implementar ações que levam à concretização dessas soluções. E é nesse sentido que temos que nos tornar protagonistas como diziam Imen e Javier também no primeiro dia.
Por isso, Participação é também ação.
Às vezes este trabalho não é fácil, e é feito de avanços e retrocessos, com muitas pedras pelo caminho. E a este propósito não resistimos a lembrar um poema do Augusto Cury _ Pedras no Caminho.
Posso ter defeitos, viver ansioso e ficar irritado algumas vezes,
Mas não esqueço de que minha vida
É a maior empresa do mundo…
E que posso evitar que ela vá à falência.
Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver
Apesar de todos os desafios, incompreensões e períodos de crise.
Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e
Se tornar um autor da própria história…
É atravessar desertos fora de si, mas ser capaz de encontrar
Um oásis no recôndito da sua alma…
É agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da vida.
Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos.
É saber falar de si mesmo.
É ter coragem para ouvir um “Não”!!!
É ter segurança para receber uma crítica,
Mesmo que injusta…

Pedras no caminho?
Guardo todas, um dia vou construir um castelo…

Eu diria pois que, este Castelo, que é este anseio – se assim lhe quiserem chamar – de uma sociedade mais justa. Não é utopia no sentido de uma impossibilidade. É algo que se constrói, pouco a pouco, pedra a pedra, com esforço e suor e por vezes com desalento. Um desalento, uma desilusão, que desmotiva e por vezes nos afasta do caminho da participação (esse foi também o testemunho e a experiência que nos foi relatada aqui ao longo das jornadas).
Mas as pequenas vitórias que por vezes conseguimos dizem-nos que os nossos esforços têm resultados concretos, grande ou pequenos, e por isso devem ser celebradas e divulgadas.
Penso que este primeiro encontro é já uma dessas pequenas vitórias. Neste sentido, penso que o futuro destes encontros e uma parte do futuro da EAPN deverá ser aprofundar a participação.
E aprofundar a participação significa aprofundar os caminhos e os meios de envolvimento das partes interessadas que passa por:
·         Maior envolvimento dos associados nas atividades e no desenvolvimento da rede;
·         Maior envolvimento das instituições e dos seus técnicos, no desenho e implementação de soluções no domínio da luta contra a pobreza e exclusão social.
·         Maior envolvimento das pessoas no exercício dos seus direitos e deveres de cidadãos, na procura de uma sociedade mais justa e equitativa.
Este primeiro encontro ibérico é, com certeza, o primeiro de muitos que lhe sucederão. Em próximos, que poderão alternar entre Espanha e Portugal, poderemos conhecer ainda mais em concreto e em profundidade, experiências e vivências de ambos os países, boas praticas que poderemos replicar, adaptar e melhorar se for caso disso, e, pouco a pouco, em conjunto, caminharmos no sentido de uma maior participação de todos e de cada um de nós na construção de um mundo melhor.
MUITO OBRIGADA PELA VOSSA PARTICIPAÇÃO!
MUCHAS GRACIAS POR SUA PARTICIPACIÓN!
Anabela Dinis
Coordenadora do Núcleo Distrital da Guarda da EAPN Portugal