Press Release, EAPN Europa


EUROPEAN ANTI-POVERTY NETWORK
RESEAU EUROPEEN DES ASSOCIATIONS DE LUTTE CONTRE LA PAUVRETE ET L’EXCLUSION SOCIALE
SQUARE DE MEEUS, 18 – 1050 BRUXELLES – TEL : 0032 2 226 58 50 – FAX : 0032 2 226 58 69

Os líderes da UE parecem estar cegos relativamente à crise política, económica e humanitária:
O voto grego é uma chamada de despertar para a UE!

O Congresso Estratégico da EAPN e Assembleia Geral de 2015 tomou uma posição firme contra as políticas da UE relativamente à crise social, à migração e à Grécia
Mais de 150 delegados da Rede Europeia Anti-Pobreza (EAPN), representando 31 redes nacionais e 18 organizações europeias, tiveram a oportunidade no Congresso Estratégico da EAPN e Assembleia Geral de elaborarem uma declaração final dirigida aos Chefes de Estado e de Governo da UE.
 Os representantes da EAPN que reuniram um dia antes do referendo grego criticaram duramente a União Europeia e o FMI pela sua abordagem de não ter conseguido gerar crescimento e prosperidade na Europa. Continuar com uma abordagem de austeridade ultrapassada e perigosa significa despojar um país de seus ativos mais valiosos: capital humano e deixar as pessoas em situação de pobreza extrema. A pobreza e a exclusão social deixaram um quarto da população da Europa sem direitos.” Afirmou Sérgio Aires, Presidente da EAPN, referindo-se a mais de 120 milhões de pessoas que vivem em situação ou risco de pobreza na Europa. “Se os decisores europeus pensam que as pessoas irão aguentar esta situação por muito mais tempo estão enganados, como o demonstra claramente o voto dos gregos “, acrescentou Sérgio Aires.
No evento da EAPN estiveram presentes representantes políticos locais e regionais, incluindo o presidente da Câmara de Bilbau, Juan Maria Aburto, que afirmou que “a pobreza é um dos problemas mais graves que atualmente enfrentamos. Uma sociedade civilizada não pode permanecer calada perante a injustiça e as desigualdades, nem deixar ninguém à margem. A Pobreza é insustentável e intolerável.
Na sua declaração final de 2015 os delegados referiram não só o problema da pobreza como um enorme flagelo, mas também expressaram a sua total solidariedade para com o povo grego e os países especialmente afetados pelos programas de austeridade impostos pela tão chamada Troika.
Considerando que a continuada política de austeridade força cada vez mais pessoas para a pobreza, as ações da UE e do FMI estão a colocar em risco a vida das pessoas na Grécia - precisamos de reafirmar o papel da União Europeia como um projeto democrático e social
Os delegados condenaram as políticas europeias, apoiadas pelos credores internacionais, que dão prioridade aos interesses financeiros que beneficiam uma minoria, em vez do interesse e do bem-estar das pessoas. Concretamente apelaram para a disponibilização de fundos para apoiar os serviços essenciais e os rendimentos e para fomentar o emprego na Grécia e pediram para reconhecerem a necessidade da redução substancial da dívida ou mesmo o seu alívio imediato.
A política de migração da EU deve basear-se nos Direitos Humanos!
Na sua declaração final, os delegados expressaram a sua enorme preocupação sobre a crise humanitária enfrentada pelos migrantes involuntários e requerentes de asilo que chegam às fronteiras dos países da União Europeia.
"Estimando-se que 22.000 migrantes morreram no Mediterrâneo entre 2000 e 2014 na sua viagem fatal para a Europa", os membros da EAPN apelaram para que a UE responda rapidamente e de forma adequada à crise humanitária da migração involuntária.
“Este é o momento em que a UE tem de demostrar que está fortemente comprometida com os seus princípios fundadores da solidariedade, do respeito pela democracia e pelos Direitos Humanos” sublinhou Sérgio Aires, Presidente da EAPN.
Os delegados insistiram para que a Convenção Europeia dos Direitos Humanos deva constituir-se como o principal instrumento para orientar ações que visem esta crise humanitária.
Os delegados da EAPN sentiram-se sensibilizados pelo apoio e a solidariedade que as pessoas no terreno têm vindo a demonstrar para com os requerentes de asilo e migrantes involuntários quando e onde eles chegam à Europa. "Estas populações estão a praticar uma solidariedade que deve ser uma inspiração para todos nós", sublinhou o Sr. Aires e continuou, "É o povo de Lampedusa, como o de muitas outras comunidades do Mediterrâneo que têm ajudado e apoiado estas pessoas, que mal sobreviveram à viagem. É com satisfação que constato a ideia que aqui surgiu de que esta solidariedade merece nada menos do que o Prémio Nobel da Paz. "
Este evento foi um momento chave para os membros da EAPN, para as redes nacionais e as organizações europeias que fazem parte da EAPN, para construírem conjuntamente o novo Plano Estratégia da EAPN e eleger a nova Direção para o próximo triénio.

Assim, Sérgio Aires foi reeleito presidente da EAPN Europa, no passado sábado, dia 4 de Julho, durante o Congresso Estratégico e a Assembleia Geral da EAPN Europa que decorreu em Bilbau, Espanha. A EAPN Portugal congratula-se com esta reeleição, desejando muitas felicidades à nova equipa de trabalho.
Constituição do novo Bureau:
Sérgio Aires (Portugal) - Presidente
Carlos Sucias (Espanha) - Vice-Presidente Jasmina Krunic (Sérbia) - Vice-Presidente Maria Jeliazkova (Bulgária) - Vice-Presidente Peter Kelly (Reino Unido) - Vice-Presidente Saviour Grima (Malta) - Vice-Presidente Vilborg Oddsdottir (Islândia) - Vice-Presidente.

 Notas para o editor:
·         Declaração final da AG da EAPN
·         Evento no Twitter #EAPN2015
·         Dados:
·         Pobreza extrema no país Basco: 3%
·         Extrema pobreza em Espanha: 10.6%
·         88% dos desempregados no país Basco têm mais de 25 anos; cerca de dois terços têm responsabilidades diretas no agregado familiar.

Para mais informações, por favor, contacte:
Presidente da EAPN Portugal, Pe. Jardim Moreira: 96 669 85 49
Diretora Executiva da EAPN Portugal, Sandra Araújo: 96 649 33 41
A European Anti-Poverty Network (EAPN) é a maior rede europeia de redes nacionais, regionais e locais, que envolvem organizações não-governamentais de combate à pobreza e grupos de base, bem como organizações europeias, ativas na luta contra a pobreza e a exclusão social. Foi criada em 1990.

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