Projeto ativa competências de empregabilidade em Águeda


Projeto ativa competências de empregabilidade em Águeda

Deixou esperança e perguntas difíceis a reclamarem ação!

Quem já lá esteve – no desemprego – sabe muito bem como é. Ainda que por poucos meses, não se esquece nunca essa aflição de precisar de trabalhar e não ter um lugar nesse mercado que, nomeadamente em Portugal, está cada vez mais difícil, mais árido, mais surdo. Não para todos, de igual modo. Os jovens, em particular. Mesmo com formação. E os mais velhos. Os mais velhos que são, ainda, novos demais para ficarem inertes e jovens de menos param serem contratados. Ficar sem emprego entre os 35 e os 55 anos pode ser a pior das idades para sair do mercado de trabalho e voltar a entrar. O tempo passa e as respostas ou tardam ou não chegam. Se devolvem duas linhas a dizer que leram a candidatura e que o processo vai para a base de dados da empresa, já é uma alegria. Uma alegria precária, mínima mas uma alegria. Só pelo fato de haver retorno, resposta, comunicação. São dias sem fim a enviar curriculum vitae; dias sempre iguais à procura de anúncios que se encaixem no perfil e fora dele; dias inteiros a fazer candidaturas espontâneas, a bater a portas que não se abrem. Com sorte, aparece a oportunidade de uma ou outra entrevista. E o tempo passa veloz, indiferente, aos sonhos sem idade, às contas para pagar, aos compromissos de toda a espécie, à separação de famílias, ao sofrimento, à exclusão.

Indiferente ao futuro de cada um, o tempo avança e o silêncio adensa-se e a autoestima esbate-se, quantas vezes até à depressão. Num ápice, cai-se na pobreza e não há estatísticas que o desmintam.
A FOCUSSOCIAL ouviu algumas pessoas que vivem o drama do desemprego de longa duração e integraram o projeto CLICK. Homens e mulheres que fizeram parte daquele projeto-piloto que decorreu no concelho de Águeda e que, ente outros objetivos, visou fazer pontes entre a oferta e a procura de trabalho. Mas o caminho é ainda muito longo. Porque se trata, também, de mudar mentalidades. Porque não há resposta para perguntas simples como estas: porque é tão difícil arranjar emprego quando já não se está em idade de ter filhos ou se estes estão já criados? Porque é que a experiência não é valorizada? Porque é que uma pessoa com 40 anos dificilmente tem enquadramento na vida ativa?
A ver se 2015 abre caminhos. Políticas novas e ajustadas a esta realidade. Acreditar, contra o desânimo, é fundamental. Mas o país tem de agir, tem de acionar medidas concretas e céleres. Uma pessoa que não é oficialmente jovem, nem oficialmente reformada tem de ter lugar no mercado de trabalho. É imperativo que tenha.

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