Entrevista com Dulce Rocha, do Instituto de Apoio à Criança




DULCE ROCHA
Presidente Executiva do Instituto de Apoio À Criança

“O sofrimento de uma criança ou
de um adolescente
tem de nos incomodar mesmo muito.
E levar-nos à ação!”

O mundo, em muitos dos seus lugares, ainda é cruel para as crianças. E isto pode doer ainda mais se visto, sob um raio de sol, na tranquilidade de um largo que apele à memória, com árvores a crescer em direção a um céu muito azul, a paz em volta, perto de um templo branco, no coração de uma capital europeia e de uma casa a lembrar uma casa de bonecas, que poderia ser a de Ibsen. Mas não é. É uma casa onde desde 1983 se cuida do bem-estar e da dignidade da criança. Lá não se denuncia a exclusão das mulheres na sociedade burguesa, como na obra do norueguês, mas denuncia-se todo e qualquer mau trato que se possa infligir às crianças e qualquer outra situação que não zele pelo seu superior interesse. E atua-se! No terreno e na lei. Chama-se Instituto de Apoio à Criança (IAC). O IAC, em todas as suas esferas de atuação, visa contribuir para o desenvolvimento integral da criança, na defesa e promoção dos seus direitos, sendo tratada na sua globalidade como sujeito de direitos na família, na escola, na saúde, na segurança social ou nos seus tempos livres. A FOCUSSOCIAL falou com Dulce Rocha, presidente executiva desta instituição inspirada por João dos Santos, médico e pedagogo que acreditava que “o destino do homem determina-se na forma como é gerado, no calor dos braços que se lhe estendem, na ideologia que o envolve e na liberdade que lhe é proporcionada para imaginar, experimentar e pensar”. E a par de um legado ideológico de natural proteção da criança, João dos Santos não deixou apenas obra escrita. Deixou a semente para a ação que, todos os dias, Dulce Rocha tem por missão cumprir e fazer cumprir a toda uma equipa “fantástica e altamente motivada. Aqui, todos nós trabalhamos plenamente convictos de que a criança é o coração da sociedade, do mundo, do futuro”.
Dulce Rocha não sabe só de leis. Sabe de afetos. Porque sabe o nome das crianças que enchem a sua vida com as suas histórias de vida; porque sabe a cor dos seus olhos e não os esquece; porque se entrega por inteiro, sem rebuço, cheia de experiência e de brilho autêntico, porque da alma.
Apaixonada pelo tema da adoção e tudo o que gravita à sua volta, tem a seu favor, para a discutir com propriedade a sua experiência profissional e pessoal. Mas, não ficamos só por este tema. Venha connosco e fique a saber o que a move. O que jamais lhe extingue a vontade de continuar um percurso tão necessário e notável. Na defesa e proteção dos direitos da criança. Sempre. Como se cada dia fosse, contra qualquer obstáculo, um cântico, um louvor, uma ode ou oração, “pelas aves que voam no olhar de uma criança”.




A entrevista pode ser lida AQUI