“Pela Arte Recriar a Vida”


“Pela Arte Recriar a Vida” - Um Projecto de Arte para Pessoas com Demência


«A Alzheimer Portugal e a Fundação Calouste Gulbenkian iniciaram um projecto-piloto na área das demências. O grande objectivo é tornar a arte acessível a pessoas com Doença de Alzheimer, proporcionando-lhes momentos de estimulação cognitiva e de bem-estar.
O projecto-piloto está a ser testado com 8 utentes do Centro de Dia e Apoio Domiciliário da Alzheimer Portugal, esperando-se que, num futuro próximo, se possa alargar a actividade a mais pessoas com demência e seus cuidadores.
“Este é o primeiro projecto concebido em Portugal em que se visa uma aproximação de doentes de Alzheimer à arte. Uma abordagem inovadora com o qual pretendemos não só proporcionar momentos agradáveis e de estimulação a doentes e seus cuidadores, como também demonstrar que existem actividades agradáveis que podem ser desenvolvidas com pessoas com demência.” afirma António Oliveira Costa, Director Executivo da Alzheimer Portugal. “De alguma forma, é também a replicação de algumas práticas internacionais, que têm obtido bons resultados, e que se torna agora possível graças ao empenho da Fundação Calouste Gulbenkian e, concretamente, do seu Museu de Arte Clássica.”.
A Arte e a Pessoa com Demência
O envolvimento com a arte pode ter benefícios significativos para a pessoa com demência e seus cuidadores, quer essa experiência inclua observar e discutir arte, quer criá-la. Em ambos os casos, a arte pode ser utilizada como um veículo para uma auto-expressão significativa. O envolvimento com a arte, através de uma observação cuidada e através de discussão oferece à pessoa com demência uma oportunidade para: Explorar e trocar ideias sobre arte e artistas; Experienciar uma estimulação intelectual;
Fazer ligações entre as suas histórias pessoais e o mundo; Aceder a experiências pessoais e a memória de longo-termo; Participar numa actividade significativa que promove um crescimento pessoal.
Os cuidadores beneficiam também da experiência da arte ao explorarem os seus próprios interesses, enquanto as pessoas a quem estão a prestar cuidados estão presentes, seguras e envolvidas. Assim, a sua relação com os doentes pode ser melhorada, uma vez que os programas de arte fornecem oportunidades singulares de comunicação e ligação. De uma forma geral, pretende-se nestas sessões: O usufruto dos espaços, do Parque Gulbenkian repleto de lagos e pequenos jardins, dos átrios e das galerias do Museu;
O usufruto do encontro, nesses espaços, com as pessoas e as obras de arte; O estímulo de ver, ouvir e sentir, para recordar, reflectir, exprimir-se, aprender e sentir-se bem; A elevação da auto-estima pela afirmação de si, dos seus gostos, das suas experiências, do seu saber e das suas recordações. O participante ouvirá o seu nome misturado com os de reis, artistas e sábios. Escutará a sua voz conversando sobre coisas importantes da vida; A observação da obra e consequente estímulo físico, emocional e intelectual; Estimular a curiosidade e o diálogo através das histórias que contam as obras ou da sua relação com os artistas e/ou com a cultura que as produziu; Evocar memórias e experiências antigas e relacioná-las com o presente; Estabelecer relações entre o “eu” e o mundo; Fazer participar cada um numa actividade estimulante, do ponto de vista social e cultural, que contribui para o desenvolvimento global da pessoa; Abrir a possibilidade a outros estímulos e realizações através de trabalhos de oficina (pintura, desenho, escultura, colagem, entre outros); Abrir estas actividades à participação de cuidadores e/ou familiares para suscitar temas de conversa posteriores, levando para casa, prolongando e enriquecendo no tempo as vivências do Museu. Local:As actividades têm lugar no Museu de Arte Clássica, situado na Fundação Calouste Gulbenkian e, também, nos jardins contíguos à Fundação».

Fonte: aqui

Fotografia: © Associação Alzheimer Portugal, Delegação da RAM

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