Alunos andam 1800 KM
«Cansado, mas sem dar parte de fraco. Quase como um verdadeiro atleta, João Fernandes, de 12 anos, correu ontem contra a pobreza e exclusão social. Como ele, outros colegas da Escola Básica dos 2.o e 3.o ciclos de Ceira levaram, de mão em mão, a mensagem que está a percorrer o país, desde o dia 13 de Abril.
A estafeta nacional “Pobreza e Exclusão: Eu passo!” saiu de manhã de Aveiro e, na chegada à Mealhada, os “atletas” passaram o testemunho aos colegas de Coimbra, que percorram o percurso até ao Choupal, de onde partiu uma caminhada em direcção ao Parque Verde do Mondego. Aí, os participantes eram aguardados por algumas dezenas de pessoas. As mais entusiastas eram as professoras da turma PIEF (Programa Integrado de Educação e Formação), que não se cansaram de incentivar os estudantes: «E salta PIEF e salta PIEF, olé, olé!».
À cabeça do pelotão, o Rui era o “fiel depositário” do testemunho, que depois passou para as mãos do governador civil de Coimbra, Henrique Fernandes, que por sua vez o entregou a Mário Ruivo, director do Centro Distrital de Segurança Social. Num instante, o “canudo” passou por todas -ou quase todas – as pessoas que se concentraram no Parque Verde para assistir à chegada dos participantes.
Quando a estafeta traçar a meta, no dia 21 de Maio, em Lisboa, terão sido percorridos cerca de 1800 quilómetros por mais de dois mil alunos, que integram as 142 turmas PIEF, a que se foram juntando alguns colegas e outras entidades da área social.
Inserida nas comemorações do Ano Europeu da Luta Contra a Pobreza e Exclusão Social, a iniciativa está a ser organizada pelo Programa para a Inclusão e Cidadania (PIEC), com a coordenadora regional Elisabete Fontes a lembrar a importância dos mais novos.
Depois da estafeta virtual, que marcou o início da reflexão em torno do tema, a cada quilómetro percorrido na estrada, a mensagem vai ganhando novos contributos. «O pouco que cada um possa fazer é muito», sublinhou Elisabete Fontes, realçando que na passagem por cada um dos distritos há uma atenção especial na divulgação das medidas e respostas locais existentes no que respeita ao combate à pobreza e à exclusão social.
E porque esta acção conta com a participação activa de jovens que, de algum modo, estão num cenário de risco social, há uma especial chamada de atenção para a importância da escola, por isso, nas dezenas de camisolas que andam a percorrer o país pode ler-se “O abandono escolar precoce é sinal de pobreza”.
Terminada a “prova” de Coimbra, a próxima paragem acontece em Torres Novas, onde serão percorridos 100 quilómetros por estudantes da Escola Prática de Polícia, com a estafeta a entrar na “recta final” em Abrantes e Santarém até à meta de Lisboa.»
Fonte: Diário de Coimbra
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