Mensagens nas Estratégias de Comunicação: uma questão de Direitos Humanos

«A Plataforma Portuguesa das ONGD, com o contributo dos presentes no Seminário "Mensagens" nas Estratégias de Comunicação: uma questão de Direitos Humanos, apresentou algumas recomendações sobre os cuidados a ter na escolha e aplicação das “Mensagens” nas Estratégias de Comunicação. Estas recomendações foram aceites e apoiadas pelos presentes no Seminário.

Neste sentido, divulgamos as recomendações finais para o conhecimento de todas as associadas da Plataforma Portuguesa das ONGD».
As recomendações têm por base o código de conduta e ética do Concord.

RECOMENDAÇÕES FINAIS

Seminário: “Mensagens” nas Estratégias de Comunicação: uma questão de Direitos Humanos

Os participantes do Seminário,

Reiterando a importância do respeito pela dignidade da pessoa humana, da crença na igualdade de todos os seres humanos, e na aceitação da necessidade de promover a equidade, a justiça, e a solidariedade;
Observando que, hoje em dia, muitas das imagens e mensagens que são transmitidas sobre pobreza extrema e crises humanitárias são redutoras e estereotipadas e demonstram um claro desrespeito pela dignidade humana; apelam às entidades que trabalham na área, ou utilizem na sua acção, a comunicação para o desenvolvimento, que cumpram as seguintes recomendações e que as respeitem nos seus procedimentos internos e acções para o exterior:

• Escolher imagens e mensagens que respeitem os princípios da igualdade, solidariedade e justiça;

• Fazer uso da imagem ou situação retratada, tanto no contexto imediato, como no contexto mais vasto, de forma a facilitar a compreensão sobre as realidades e complexidades do desenvolvimento;

• Evitar a utilização de imagens e mensagens que potenciem estereótipos, sensacionalismo ou discriminação de pessoas, situações ou lugares;

• Utilizar imagens, mensagens e estudos de caso com a plena compreensão, participação e consentimento informado das pessoas;

• Garantir àqueles cuja situação está a ser representada, uma oportunidade de comunicar as suas próprias histórias;

• Determinar e registar se as pessoas desejam ser citadas ou identificadas, e agir sempre em conformidade com a sua vontade;

• Estar em conformidade e respeitar o enquadramento legal dos direitos humanos e da protecção de pessoas vulneráveis.

Lisboa, 10 de Novembro de 2010

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