As nossas crianças… o nosso futuro, por Fátima Veiga


As nossas crianças… o nosso futuro

 Por Fátima Veiga, Socióloga, EAPN Portugal 

Ser criança nos dias de hoje não deve ser uma tarefa muito fácil. O horário alargado na escola, as atividades extracurriculares que ocupam o final do dia, os pais que trabalham ambos o dia todo e muitas vezes até de noite. Ainda o computador e as solicitações dos amigos no facebook, os vídeos no youtube e as fotos no Instagram. Toda uma nova linguagem que nós, adultos e pais também conhecemos, às vezes utilizamos, mas não dominamos da mesma forma que eles.
A atual geração das nossas crianças é uma geração muito atarefada, cheia de solicitações várias e de compromissos inadiáveis. Que não tem tempo para saborear um livro numa tarde de verão, de dormir uma sesta numa tarde de inverno, de ajudar a avó a fazer um bolo de laranja ou ajudar a mãe a dobrar os lençóis acabados de apanhar do estendal. São crianças que não vivem o momento, que vivem demasiado depressa tudo: a escola, os namoros, as amizades. Viver demasiado depressa não significa necessariamente viver melhor, nem de uma forma mais feliz. A felicidade não se mede e ainda bem! E não está dependente daquilo que se tem ou que se pode comprar.
Mas nós queremos crianças felizes, crianças que aproveitem cada dia, que se deliciem com um gelado e um mergulho no mar, que privilegiem as amizades reais e não as virtuais, que partilhem aquilo que têm e aquilo que sabem, mas sobretudo aquilo que sentem. Que cresçam e amadureçam com uma vida plena de sucessos, mas também de fracassos, que sejam capazes de distinguir o bem do mal e consigam salientar as coisas boas que lhes vão acontecendo.

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